A rotina da hemodiálise começa com a balança (foto).
É preciso pesar para ver quantos quilos será preciso perder durante a filtragem do sangue.
O peso de cada pessoa é calculado pelo nefrologista e, se entre uma sessão e outra houve ganho, é preciso retirar na máquina, em forma de líquido.
Normalmente, as pessoas perdem de 2 a 3 quilos por sessão.
Até acertar meu peso, nas primeiras vezes, eu fiquei meio desidratada e comecei a urinar bem menos.
Agora, aos poucos, essa situação vai sendo regularizada. Me sinto “sequinha” a cada sessão.
E por falar em líquido, hoje a história é da dona Maria, que as enfermeiras chamam de vó.
Ela é a mais velha do meu box, sempre quietinha e coberta por um edredon. Quase não fala. Tem 78 anos e há 8 faz hemodiálise. Começou depois do exame mostrar que um dos rins estava atrofiado e o outro tinha cistos, ou seja, os dois não funcionavam mais.
Foi uma doença silenciosa que se manifestou aos 70 anos, depois de uma vida de luta para criar 10 filhos.
Ela sempre tomou pouca água e acha que foi isso que a levou a perder os rins. Um diagnóstico bem provável e já alertado pelos médicos.
A recomendação sempre foi para consumir 2 litros de água por dia para evitar várias doenças, uma delas a insuficiência renal.
Dona Maria parece uma pessoa resignada e diz que fica bem todos os dias. “Só tenho esse problema”, como se fosse pouco ter só isso.
Ela continua tomando pouquíssima água, agora por recomendação médica, e não urina mais.
A Marlene aqui ao lado tem que eliminar toda a garapa que tomou ontem.
Ela levou para casa um litro “geladinho” e dividiu com a filha, sem contar a cerveja que também tomou.
Segunda feira é dia de se livrar dos exageros do fim de semana, quando a maioria chega mais pesadinha.