Sabem a melhor parte da hemodiálise? Ė o carinho que recebo pelo face das pessoas que curtem meus posts. Sinto as vibrações sinceras, a torcida e o ânimo nessa nova caminhada.
Muita gente me escreve inbox, vem me visitar em casa e teve até manifestação para doar o próprio rim.
Outros se lembraram de mim quando foi divulgado o rim artificial na semana passada, sem contar os amigos de infância me dando força.
Gratidão gente, muita gratidão!
A outra parte importante dessa história é a minha família. Marido e filhas são cuidadores do meu bem estar. Esse caldo (foto) foi deixado pronto para o jantar na minha volta da hemo, na ultima quarta-feira.
É apenas um exemplo do amor e carinho que recebo quando chego em casa e estou sem vontade de fazer nada, apenas dormir. Tentam me livrar de qualquer sofrimento que desperte a condição de doente.
Infelizmente, essa não é a situação de algumas pessoas aqui da clínica, como a Esmeralda, 75 anos, que vem e volta de van com outros pacientes. Ela mora sozinha na periferia de Ribeirão Preto e, ao chegar em casa, tem que preparar a própria comida antes de ir pra cama. Não tem filhos e o único irmão a ajuda quando precisa.
Faz diálise há 3 anos e meio e convive com os problemas da idade. Recentemente teve pneumonia e também quebrou o fêmur por causa da osteoporose.
Esmeralda contou que os rins pararam de funcionar por causa da pressão alta, e que mesmo vivendo em condições um tanto precárias, “a não ser uma vizinha que vez ou outra joga uma água em casa”, ela diz que está bem e conformada.
Já que Esmeralda não tem um caldo quentinho esperando em casa, quem sabe ela ainda consiga a doação de uma prótese dentária, para ter um pouco mais de conforto e dignidade?