Hemodiálise em trânsito. É esse o nome quando dialisamos fora de nossa base. Essa semana estou fazendo na clinica Santa Rita, ao lado do antigo hospital Santa Rita, na rua Cubatão, Vila Mariana, em São Paulo.
As poltronas possuem uma mesinha e isso facilita escrever.
Muitos pacientes viajam para vários lugares do país e fazem a terapia renal durante os passeios. Eu estou em férias mas decidi não ir muito longe e estou muito feliz por estar perto de meus familiares, na minha terra natal, cheia de bons programas para curtir.
No box que transito são 10 pacientes, só eu e uma senhora mais idosa, os outros todos homens. Aliás, acho que os homens são a maioria nas clínicas.
Cheguei com o braço roxo porque nas terapias da semana passada, em Ribeirão, o sangue extravasou. Em SP as picadas do enfermeiro Willian são mais suaves. Tem mão boa e isso é um alento quando temos que interromper o passeio para dialisar.
Um senhor na fileira da frente aproveita o tempo para fazer palavra cruzada. Outro usa bombinha para bronquite. Uns dormem, como a senhora de turbante roxo, próxima de mim. O silêncio é quebrado apenas pelo som da tv.
Um dos donos da clínica é um simpático médico que conversa com todos os pacientes. O dia em SP está lindo, trânsito tranquilo e ciclovias repletas de bicicleta. Para os que tem fé, é dia de homenagear a padroeira do Brasil e eu conto com as bençãos de Nossa Senhora Aparecida para me proteger.
É dia de saudar também a criança que existe dentro de nós.
Na foto, o dia que saí com 3 curativos.