17 de abril de 2018
Completo hoje o quarto mês de transplante renal.
A boa notícia é que o novo rim continua funcionando muito bem.
A não tão boa notícia é que perdi a minha fístula, aquela que usava na época da hemodiálise.
Mas como é coisa do passado, rezo para nunca mais precisar de uma e, de forma otimista, espero que meu novo rim sobreviva por muitos e muitos anos.
A fístula era apenas uma segurança para o caso de um problema com o rim transplantado e precisar voltar para a máquina.
Estou muito agradecida e feliz apesar de todos os efeitos colaterais dos remédios que ainda habitam em mim neste momento.
Me sinto abençoada pelos santos e anjos e reconheço isso a cada dia quando me deparo com as histórias incríveis de outras pessoas transplantadas.
Conheci uma nordestina de 36 anos que depois de viver 8 anos com o rim doado pelo pai, teve de voltar para a diálise. Ela não tem nem 10% da visão, enxerga apenas sombras, e é cuidada pelo marido que tem a mesma deficiência visual.
É um dos maiores exemplos de guerreira na luta pelo rim.
Agora, sabem o que mais me intriga? Muitas perguntas que faço aos médicos ficam sem respostas desde que me tornei paciente. Por exemplo: por que a fístula não pulsa mais e tenho que aguentar a dor no braço até ela parar de funcionar completamente?