Parece um sonho, mas não é um sonho, é realidade. Um rim compatível chegou para mim no ultimo domingo, às 13h e as 22h já estava transplantada.
Na fila há 10 meses foi o terceiro rim que a central de transplante me ofereceu. O primeiro não era um bom rim e meu médico descartou. Já o segundo não tinha equipe médica disponível.
Esse ultimo tinha que ser meu mesmo e já está funcionando de forma que surpreendeu os especialistas. A doadora é uma mulher de 54 anos, de São Carlos. Ela teve derrame cerebral e a familia doou os orgãos – o rim direito veio para mim e o esquerdo para um paciente de Marília.
Quando recebi a notícia da doação atraves da ligacão do meu nefrologista, me faltou o chão
E agora? É pegar ou largar. Não dá tempo nem de pensar. O tempo urge e o rim não pode esperar. Minha filha Laísa me incentivou, pois o resto da família estava viajando.
Tomei banho e com tremor nas pernas lá fomos nós ao hospital.
Os momentos que antecedem a cirurgia são muito tensos: exames de sangue, radiografias, catéter no pescoço. Fui de um lado para o outro até chegar à sala de cirurgia, deitar na maca, me entregar nas mãos de Deus e já não vi mais nada. Acordei na sala de recuperação com uma sonda na uretra e já urinando.
Os médicos, residentes e enfermeiras estão animados com o rim que logo de cara “pegou”. Até a creatinina baixou e isso significa que não terei que dialisar.
Agora é ter paciência com a longa recuperação que começou com um isolamento de 5 dias. Hoje fiz ultrassom e o resumo do resultado foi “seu rim novo está bonitinho”
Por enquanto estou forte e recebendo muitas orações e carinho.
Ganhei um presente de Natal antecipado e estou sentindo na própria pele o milagre da natureza humana.
Obrigada Senhor!