Hoje a história é de Jorge, da família Oliveira, nascido e criado na área rural de Gonçalves. Um feliz e inesperado encontro em uma viagem para fortalecer o espírito.
Ontem fez cinco meses que recebi o novo rim e a luta continua para mantê-lo saudável.
Salve Jorge, agricultor, 59 anos, que vive entre as araucárias na Serra da Mantiqueira, em Minas, próximo à divisa com São Paulo. Nesta época do ano essas árvores gigantes soltam lá do alto centenas de pinhões que podem render uma boa conversa depois de cozidos.
Salve Jorge, na varanda da casa simples, de pernas cruzadas, ao lado da mesa, comendo pinhão. O fruto de casca dura acaba de sair do fogo e se abre para uma deliciosa degustação. Afinal, ele tinha viajado mais de 160 km, ida e volta, para fazer hemodiálise.
Salve Jorge, que espera o carro do SUS três vezes por semana para ir a Itajubá (MG) filtrar o sangue. Leva essa vida há cinco anos e não tem mais o mesmo vigor para catar pinhão do chão. Quem colhe é o vizinho das terras de Jorge. Uma parte é estocada para as festas juninas e a outra vai para mercados paulistanos.
Salve Jorge, com traços de quem foi bonito na juventude. É um homem rude e delicado ao mesmo tempo, de mãos calejadas e adepto de uma prosa, principalmente se for regada a pinhão e café. Ele não sabe que o pinhão é rico em potássio e o consumo deve ser moderado por renais crônicos. Ficou o alerta.
Salve Jorge, na fila do transplante de rim e com esperança de que agora está pronto para receber o novo órgão. E, assim, voltar a cuidar da horta que rende o sustento da família. A única vez que apareceu um rim não deu certo a cirurgia. Mas tudo está certo e é como tem que ser…